Como Arrumar Uma Mesa E A Casa Pro Namorado!!!

A morte de Hugh Hefner, inventor da revista Playboy aos noventa e um anos, governa essa crônica. Com 81 anos e sem ter inventado coisa alguma, eu mal acredito que fui tachado de “playboy de Icaraí” por um tio da minha namorada. Se toda donzela tem um pai que é uma fera, ela também conta com “tios” e “irmãos” fascistoides cujo gosto é Especialista Indica O Melhor Investimento Pra Aposentadoria . Antes da Playboy, o “playboy” era um “aproveitador” de meninas inofensivos. Um Conservador, Tem Problema Em Aceitar Mudanças , como os piás de minha geração, eu fui bem mais virgem do que as meninas aparentemente virgens que namorei.

Em uma data em que “mulher nua” era sinônimo de raridade, todos tinham fotografias e revistas de “sacanagem” escondidas em gavetas que nossas mães conheciam super bem. Algumas vezes, estas preciosidades promovedoras de forte trabalho manual eram subtraídas por uma silenciosa e não prevista mão invisível. ”, diziam as guardiãs de nossas castidades.

Os mais adolescentes conseguem esboçar um riso condescendente. Afinal, eles têm mais do que são capazes de oferecer conta na web. Contudo os da minha criação lembram como era duro viver entre as desmedidas fantasias de ingerir a mãe do companheiro e amar sem culpa as nossas namoradas. Como Começar uma Discussão No Whatsapp . Vale recordar Manuel Bandeira: Um dia eu vi uma menina nuinha no banho/ Fiquei com o coração batendo/ Ela riu/ foi o meu primeiro alumbramento.

Minha criação foi de Zéfiro e revistas suecas - com aquelas mulheres esguias de púbis assustadoramente avermelhados - à suprema legitimidade da revista Playboy. Teu surgimento pela nação brasileira foi além do escândalo e do sintoma de modificação. Se Freud foi o messias, Hugh Hefner foi aquele que liberou almas paradas pela responsabilidade.

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Freud nos fez notar as afecções neuróticas; Hefner nos levou a sonhar gozosas formas de cura. A Playboy tirou o nu do armário, deslocando o seu eixo das hipocrisias do “nu artístico”, pra emoldurá-lo pela retórica do erotismo à americana. Neste instante, não víamos mais mulheres mostrando uma nudez com traços de perversão, todavia enxergávamos uma jovem com um organismo impecavelmente saudável - branca, loura com um perturbador riso angelical.

Por intermédio da Playboy, a cultura americana nos apresentava o erotismo sem o ranço do escuso, sem as compulsões das neuroses vienenses e sem o peso da culpa imposta pelo credo judaico-cristão. Se o rei Davi fosse um leitor da Playboy, ele finalmente poderia ver o banho da graciosa Betsabá sem culpa nenhuma. Hugh Hefner foi acusado de imoralidade e de machismo. Mas como um demiurgo vindo de dentro da terra americana - Illinois -, ele soube sublimar tua libido reprimida por pais metodistas (Hefner casou virgem) e pelos valores puritanos de sua cultura. Ele com toda certeza sabia que tua existência e sua invenção eram panfletos contra o escondido e o encoberto.