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Fernanda Bôscolo De Camargo

Пятница, 03 Мая 2019 г. 20:12 + в цитатник

→ COMO Atravessar EM CONCURSO PÚBLICO DE PRIMEIRA


O cenário se restringia a um jogo de luzes e gelo-seco digno de um show de formatura. Pela área nobre da platéia, a primeira fileira era reservada aos jurados. O público reunia homens e mulheres que pareciam se conhecer, como os moradores de uma cidade do interior que se encontram no baile da rainha da primavera. Sem glamour nem ao menos empolgação (e assim como sem muita formosura), as candidatas se esbarravam umas nas algumas, sorrindo e contorcendo o pescoço durante o tempo que desfilavam ao som de Alexandre Pires. Pela platéia, o grupo mais animado era a caravana de Goiás - uma minitorcida de meia dúzia de pessoas que entoava gritos de suporte à representante do estado.


No resto do estado, Unicamp Fica Em 15º Em Ranking De Organizações Adolescentes ninguém deu bola. Confira Os Vencedores Do Nobel De Economia Desde 2018 , todavia esses concursos ainda existem. E, por mais cafonas e machistas que sejam, estão longínquo de ser decadentes. Ok, não há como rejeitar que no Brasil disputas de mulheres bonitas desfilando com pouca roupa perderam a graça e a relevância há ao menos 20 anos.


Mas, no resto do mundo, o cenário (as mulheres e o público) é outro. O Grand Slam da graça está cada vez maior - 106 países se inscreveram na última edição do Miss Mundo, batendo todos os recordes de participação. Cinco bilhões por ano, mais que o PIB de cinquenta dos países do globo.


10 milhões. Além dos direitos a respeito do evento, ele assim como recebe cerca de 20% a respeito os honorários da campeã, que durante teu reinado não costuma se erguer do trono por cifras com menos de cinco dígitos. Oitenta 1 mil e ganha o correto de mandar uma candidata ao concurso. Nesta hora, sediar o evento é um tanto mais complexo. 20 Cursos Online Para Usufruir Já /p>

Vinte milhões pra abrigar o espetáculo. Mais de 90% da grana veio dos cofres do governo, que pôde veicular no decorrer do programa, em rede internacional, um documentário a respeito de a nação. 200 milhões. 10 vezes mais que o investimento inicial. Nada disso seria possível se a batalha não fosse um sucesso.


Em 2007, foram 600 milhões de telespectadores - quer dizer, um em cada dez pessoas do planeta assistiu o evento. Desde que o mundo é universo, mulheres bonitas são escolhidas como símbolos de virtude, sorte, amor. Entretanto a idéia de ganhar dinheiro com isso surgiu no fim do século 19, no momento em que jornais de Paris, empolgados com a popularização da fotografia, publicaram imagens de mulheres pra eleger a mais atraente francesa. Fez som, vendeu jornal, chamou anunciante.


E encontre que era só imagem de rosto. Imagine se fosse de corpo humano inteiro e quase sem roupa… Uma fábrica de roupas de banho chamada Catalina imaginou. E, em 1952, construiu em Long Beach, Califórnia, um concurso de mulheres desfilando de maiô. A Universal Studios investiu na proposta e o evento adquiriu o nome de Miss Universe.


Em pouco tempo, virar Miss Universo passou a ser o sonho de nove em cada dez terráqueas. Os concursos de beleza tinham se tornado uma ótima oportunidade pra recolher criancinhas do anonimato. “O papel da mulher a toda a hora foi limitado ao mundo privado. Vencer um concurso era, e ainda é, uma maneira concreta de preencher um recinto de destaque pela vida pública”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, professora da UFRJ e autora do livro O Organismo como Capital. Isso explicaria o caso de os maiores clientes deste mercado serem regiões onde mulheres e homens não estão em pé de igualdade. Todas as nações árabes, tendo como exemplo, transmitem os grandes concursos de beldade.



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Os países com mais tradição, considerando vitórias, participação e audiência, são Venezuela, Porto Rico, Índia, China e EUA. E não é diferente os EUA estarem nessa tabela. “A cultura americana é baseada pela aparência. Eles gostam de brigas e gastam muito com o corpo”, diz Mirian. De fato, os Estados unidos alimentam este negócio como nenhum outro nação.


Todo ano, três milhões de americanas disputam concursos de beldade. Lá, a tradição começa cedo - há até categorias para fedelhos de 0 a 12 meses - e acrescenta títulos como Miss Encantadora de Serpentes e Conselheira Nacional dos Laticínios. As feministas, claro, torcem o nariz. Desde a década de 1960, os protestos contra os eventos são constantes.



 

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