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Em uma tarde fria do inverno egípcio, Mustafa anda tranquilamente por estreitas ruas de areia, cumprimentando pelo nome alguns moradores que cruzam teu caminho. Aqui, não há filas de veículos ou o incessante ruído das buzinas tão peculiares do Cairo. Al Qarafa é um oásis de silêncio peculiar dos cemitérios, e, nele, falecidos e vivos repousam perante o mesmo teto.

Mustafa nasceu neste local há vinte e três anos. Trabalha como coveiro e divide um pequeno cômodo com 4 familiares. Seus pais vieram da cidade de Minya, ao sul do Cairo e, sem ter como pagar aluguel, se mudaram para um dos jazigos de Al Qarafa - enredo comum à maioria da população ambiente. Gosto muito daqui, nasci neste local. Quatrorze Fachadas De Casas Antes X Após Reformadas feliz e não me mudo', diz, no tempo em que ajeita um dos tapetes que cobrem o frio piso de concreto. Todos entram descalços em sua residência. A decoração claro deixa o lugar com ares de lar.

A televisão é o objeto mais valioso. Ao lado, uma cama apoia-se numa lápide de concreto branca. É a única do cômodo - os demais, inclusive seus pais, dormem no chão. Não há nenhum odor extravagante. A lápide, aliás, é o único sinal de que Mustafa mora em um jazigo de cemitério.

A história da Cidade dos Mortos, como o Al Qarafa é popular, data de 642 a.C. 4 Informações Pra Decoração De Quartos Para Adolescentes ocupação começou há quase um século. Não se conhece ao correto quantos moram neste local - as estimativas variam de 10 1000 ao exagerado meio milhão, que incluiria também moradores dos prédios erguidos em volta do cemitério, ausente de muros ou grades. Os túmulos são quase pequenas casas, com portões e grandes jardins, conforme argumentada a tradição ambiente de reverenciar os falecidos - antigamente, familiares passavam semanas de luto dentro dos mausoléus, que têm quartos e banheiros.

Villa Medicea Di Careggi , as pequenas 'casas' formam uma imagem parecida a um vilarejo do interior: as ruas estreitas e sem asfalto, os balcões improvisados com salgadinhos e refrigerante comercializados nas janelas e vizinhos papeando nas calçadas. Todos parecem se perceber pelo nome. Basta alguns minutos pra se observar que pouco mudou por aqui nos últimos três anos, no momento em que quase tudo parece ter mudado no Egito. A política parece retirado de Al Qarafa - em nenhuma das casas ou ruas, a título de exemplo, havia cartazes do chefe militar e candidato presidencial Abdel Fattah al-Sisi, que se multiplicaram pelas ruas do Cairo.

No momento em que perguntados sobre isso ele, residentes desconversavam. Amor ao Exército ou ódio à Irmandade Muçulmana, sentimentos que dão à tônica ao Egito atual, sequer foram discutidos. Al Qarafa parece viver uma realidade paralela, pela qual o caos de fora é simplesmente desconsiderado. Nesse lugar é mais do que lá fora', diz Mustafa, que como outros moradores prefere ceder somente o primeiro nome e não se deixar fotografar.

Gurias jogam bola por todas as partes e dividem as ruas com dezenas de cachorros e gatos. Homens dedicam horas sentados fumando narguilé. Há um cheiro no ar, de pilhas de entulho e lixo acumuladas em muitas esquinas. O silêncio de Al Qarafa é um contraste ao ruído das buzinas da movimentada rua que passa num dos limites do cemitério, que se estende por mais de 6 quilômetros.

A proximidade com o centro do Cairo permite com que diversos trabalhem fora e só retornem à noite. Há uma busca vasto por moradias no recinto, que se deve, principalmente, à migração de egípcios de áreas rurais do interior ao Cairo, megalópole de 18 milhões de habitantes. Com o alto gasto de residências na capital, os jazigos se tornaram a seleção de diversas famílias, que preferiram viver entre os mortos a viver nas populosas favelas.

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Madiha El-Safty, da Escola Americana do Cairo (AUC na sigla inglesa). Hassem chegou há 30 anos, aos 5 de idade. Trabalha como mecânico numa pequena oficina improvisada no meio da avenida. A inflação e o desemprego crescentes têm feito com que mais famílias procurem o cemitério em pesquisa de residência, diz ele.

A imprensa ambiente diz que criminosos estariam aproveitando as ruas escuras e desertas para vender armas e drogas - o que teria aumentado os níveis de criminalidade na região. Dicas De Decoração ⋆ Toda Perfeita , entretanto, desconversa. Não tem nenhum dificuldade, não tem crime. É sossegado. Todos se conhecem. Nem sequer todos são tão amigáveis. Muitos moradores fecharam as portas ao notar a presença de estranhos.