Corporações Que Duram Séculos |
São Paulo - O ano era 717. Conta-se que o mestre budista Taicho Daishi resolveu se exercitar no monte Hakusan, na região de Ishikawa, localizada no sudoeste do Japão. À noite, em um sonho, uma divindade lhe disse haver a alguns quilômetros da montanha uma aldeia em que existia uma fonte de água com poderes altamente restauradores. Daishi foi até a aldeia, chamada Awazu, e determinou a Garyo Houshi, seu discípulo, que erguesse ali uma espécie de spa.
A história desse ambiente, fundado em 718 e batizado de Houshi, tem muito de lenda. O episódio é que o hotel se perenizou mantendo vivos valores milenares ao mesmo tempo que se modernizava no plano administrativo. No fato japonês, isso significou a travessia de ordens econômicas, políticas e sociais tão distintas quanto o shogunato, a fase do império expansionista e a democracia moderna que chegou a ser a segunda economia do universo.
O exemplo do hotel Houshi, tido como a organização mais antiga do universo, é uma exceção mesmo na cultura japonesa. Mas sua admirável longevidade leva a imaginar: o que faz com que alguns negócios sobrevivam ao tempo e outros — a maioria deles, na verdade — pereçam? Danny Miller, professor na École des Hautes Études Commerciales de Montreal e na University of Alberta, ambas no Canadá, fez um estudo a respeito do que leva alguns negócios de família a durar e outros a sumir. A conclusão, válida bem como para companhias não familiares, é que as empresas que tiveram muito sucesso marcaram mais pontos em quesitos que ele classificou como perpetuidade, comunidade, conexão e comando.
A sequência diz respeito a ter um assunto ligado a um propósito econômico ou social. O termo comunidade representa o fato de a corporação formar um grupo coeso em torno de valores claros e defendidos de modo intolerante — contudo com apego só a princípios, nunca rejeitando ideias inovadoras. Prontamente a conexão é uma fonte a alianças sólidas com públicos externos. Apesar de tudo, o comando, nas organizações bem-sucedidas, se fornece por intervenção de líderes que realizam a gestão com entendimento, motivação e bravura pra tomar as melhores decisões em favor do negócio.
A negligência em ligação a esses fatores é, pra Dicas E Macetes Pras Provas Da Consulplan , razão de perda de competitividade e, no limite, do fracasso total da organização. O Brasil, com sua curta história como nação e como economia organizada, produziu muitas organizações que vêm mostrando know-how de se manter na ativa muito além do tempo de existência de seus criadores. Nomes como Gerdau, Hering e Klabin neste momento disputavam o incipiente mercado recinto há mais de um século.
A mais antiga organização da listagem é uma estatal: Tenho Uma Prova Daqui A trinta Dias E Não Imagino O Que Fazer , instalada em 1695 pelos governantes portugueses em Salvador, assim a capital da colônia, pra cunhar moeda localmente. Imediatamente naquela época tratava-se de completar um descompasso entre oferta e demanda: a expansão da mineração de ouro e pedras preciosas e o desenvolvimento do comércio colonial requeriam mais dinheiro em circulação.
A maioria das corporações brasileiras longevas, porém, é muito mais jovem: tem no máximo 141 anos. Como Investir Para Acumular Recursos E Fazer Uma Pós-graduação No Exterior? ciclo em que a chegada de imigrantes europeus e a expansão da cultura do café levavam o povoamento ao interior e impulsionavam a diversificação da economia. Num surto seguinte, após proclamada a República, a transformação de vilas em cidades multiplicou as oportunidades, sobretudo pro surgimento de indústrias. O desenvolvimento de centros urbanos prontamente atraía naquela época fornecedores estrangeiros de serviços. Foi o caso dos investidores canadenses que desenvolveram concessionárias de energia elétrica e de operação de bondes no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Na lista de centenárias que constam de MELHORES E MAIORES, há duas descendentes destas companhias que tomaram rumos vários. Uma delas é a Light (1899), ainda distribuidora de energia no Rio de Janeiro, contudo hoje uma organização de capital aberto e de controle brasileiro, com participação da estatal mineira Cemig e do BNDES.
A outra, que continua a ser controlada pelos canadenses, é a construtora e incorporadora que até 2009 se chamava Brascan, no momento em que mudou o nome pra marca mundial Brookfield. O que há em comum entre estas empresas que resistem ao tempo no Brasil? O mundo dos negócios é especialmente darwiniano, ou melhor, só deixa sobreviver — e, Investigação Revela Como Site Defendia Dilma Com Rede De Fakes Em 2018 , amadurecer — quem evolui e se molda ao meio. “Nossa corporação atravessou as duas lutas mundiais, as ditaduras políticas de Getúlio Vargas e do governo militar de 1964, o tempo inflacionário e novas dificuldades”, diz Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do grupo Gerdau.
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