Hipnose No Homem Na Prática

RESUMO A partir de temporada em Detroit, antiga capital do carro, o autor explora o local da ruína nas representações culturais contemporâneas. Diferentemente do significado dos vestígios em obras do passado, a incrível decadência da cidade, presente em vídeos ou pela arte, se reveste de um sugestivo glamour hipster. Era a primeira tempestade de neve do último inverno. Linguagem Corporal Pela Sedução o dia amanheceu, um manto branco neste momento cobria tudo e, no decorrer do dia, Detroit seria soterrada por uma avalanche gélida. Dentro do Instituto de Artes, eu me sentia num daqueles globos de neve de mentira que, quando chacoalhados, exercem uma chuva de purpurina despencar a respeito da cidadezinha submersa pela esfera de vidro.

Contudo, imensa e vazia, Detroit hoje não faria um bom suvenir. Nos anos 1930, no momento em que pintou seus enormes murais no museu, Diego Rivera talvez nem ao menos sonhasse com o quadro de decadência que dominaria o lado de fora nesse prédio. Seu elogio à indústria é hoje uma visão apaixonada de uma realidade que neste instante não existe. Nas laterais da obra, estão visões da fábrica de Mont Rouge, onde a Ford neste instante tinha instalado enormes linhas de montagem.

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Fora do pátio de Rivera, no entanto, as galerias do museu parecem esquecidas. Como Arrumar Um Namorado Em três Passos de Van Gogh, Picasso, Bruegel e esculturas de Bernini e Rodin olham pro vago. Os funcionários que restam esperam o tempo passar até a hora de reverter para residência, e o público minguado faz rondas letárgicas em redor das peças. Atitudes Pra Ocupar Um Homem Moderno , um artista que mora na cidade, veio me encontrar pela porta dos fundos do museu. Ele ficou de me evidenciar alguns dos espaços ocupados e reconfigurados pelos tipos criativos de Detroit.

Mesmo nas cores vibrantes, os murais perdiam o fulgor quando vistos no meio da tempestade de neve. Marquezine Diminui O Cabelo E Neymar Mostra Resultado , bem como uma pancada de chuva atingira a cidade, logo antes da queda das temperaturas, e as árvores emoldurando os grafites tinham os galhos envoltos em uma camada de gelo. Pareciam feitas de vidro, contra os descampados que brilhavam esbranquiçados. Tudo em redor lembrava um set de filmagem, a visão hollywoodiana da metrópole distópica que se torna ainda mais dramática no silêncio da neve. Mockovciak é magro, tem cabelos compridos escondidos debaixo de um gorro vermelho, os dentes manchados pelo cigarro, unhas encardidas de graxa e o rosto, mesmo jovem, marcado por rugas prematuras.

Ele nasceu em Dallas, estudou artes plásticas numa instituição de elite em Nova York e, desistindo de ter três empregos pra pagar o aluguel do Brooklyn, decidiu tentar a existência em Detroit. Ele mora sem custo algum num dos galpões que um investidor nova-iorquino comprou ali. Em troca, trabalha como designer de interiores dos restaurantes nesse mesmo empresário, pinta murais e bem como faz todo o trabalho duro nas reformas dos imóveis. No piso térreo do galpão onde mora, dá certo uma loja que vende tudo o que saqueadores urbanos conseguiram resgatar das ruínas de casas abandonadas. À noite, o local lembra um filme de terror, com banheiras, canos, esquadrias, chapas de vidro e portas acumuladas.

Mockovciak, que atravessa diariamente a loja fechada pra chegar a seu ateliê, virou um especialista nessas relíquias. Mesmo no escuro, só apalpando mesas, cadeiras, fechaduras e caixilhos, vai dizendo o equipamento, a data e o possível designer das peças -"puro bronze, anos 1920, Charles e Ray Eames". No andar do alto, onde construiu até uma quadra para jogar peteca, assim como está o loft que criou pra viver.