] (ou Xadrezistas Pt.)

RESUMO O economista Tyler Cowen lança livro em que vê os EUA de hoje "sem inovação, sem produtividade, sem desenvolvimento", pela contramão da imagem de berço do "self-made man". Em entrevista, ele fala a respeito da neocomplacência da América e tece previsões pessimistas a respeito da política econômica de Trump. Doutor em economia por Harvard e nome frequente nas listas de economistas mais influentes do universo (da revista "The Economist" à agência Bloomberg), Cowen prontamente esteve diversas vezes no Brasil -a provocação sobre o conforto inerte não é gratuita, então. Sobre seu nação, ele diz que o sucesso do Vale do Silício, onde funcionam as maiores corporações digitais americanas, disfarça o atual mal-estar da sociedade e tua inexistência de iniciativa. ] (a classe complacente). Como em seus best-sellers anteriores, "The Great Stagnation" (a extenso estagnação; Dutton) e "Average Is Over" (o mediano acabou; Dutton), Cowen fala não apenas de economia; história, cultura, religião e ciência comparecem identicamente.

Em conversa com a Folha, Cowen, que não vota há anos, faz previsões pessimistas a respeito da economia dos anos Trump ("com o populismo em alta, o liberalismo vai se retrair neste local e na Europa, todavia vai florescer pela América Latina"). O economista bem como fala dos "fracassos intelectuais" de quem votou em Trump e Hillary Clinton, e da inevitabilidade de mais educação financeira e tecnológica.

Anos e anos de crescimento molengo, em inúmeras partes do nação, o que eu chamo de "grande estagnação", elegeram Trump. Ele oferecia variar tudo, abolir esse modelo, enquanto Hillary prometia prosseguir com mais do mesmo. Mas nenhum desses empregos industriais sonhados pelo interior da América vai reverter aos EUA. Será uma amplo decepção.

Trump não consegue ressuscitar a sorte das pessoas que votaram nele. O eleitor do interior do povo vota na transformação, todavia ele mesmo não muda. Algumas pessoas de cidades paradas no tempo, de Estados que ficaram para trás, já deveriam ter se mudado há tempos pra algumas regiões do nação atrás de empregos melhores. Mas seus pais e avós bem como estão ali; há os divorciados com guarda compartilhada dos filhos, as gurias. Deste jeito elas esperam que o governo resolva a decadência dessas regiões. E votam no Trump pro governo ajudá-los!

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Não há programa de treinamento que possa usar estas pessoas onde vivem. Empregos temos, estamos em uma era de pleno emprego nos EUA. O problema é a renda, os salários estão estagnados, essencialmente nos empregos em que as pessoas insistem em continuar. Não compartilho da histeria nem ao menos do terror de muitos dos meus colegas sobre o assunto Trump, entretanto não sou nada otimista.

O deficit público vai aumentar, visto que Trump vai diminuir impostos, uma questão que o Partido Republicano sempre defendeu, e vai investir muito em infraestrutura, uma coisa que Obama quis fazer e a que os republicanos eram contrários. Prontamente vai ser a hora de os democratas criticarem o gasto. 1 trilhão, no entanto será forçado a gastar bem menos. Não sou apocalíptico, contudo vai ser uma era de inconstância; onde eu mais temo é pela política externa.

A tendência dele de personalizar conflitos, de reagir mal a quem o critica, é muito perigosa. Em diplomacia e na seara das armas nucleares, previsibilidade é um ligeiro interessante, do qual vamos sentir ausência. Dito isso, ele não mudará o país em tal grau quanto ameaça. A política moderna implica que você a toda a hora prometa mais do que poderá dar. O Congresso vai impossibilitar algumas maluquices. Não precisa existir guerra comercial com a China. Os deputados representam distritos que perderiam muito se o comércio com os chineses fosse afetado. Nossos parlamentares respondem primeiro aos seus eleitores, não ao presidente.

A troca de papéis é comum nas famílias. Entende quando um irmão menor apronta e o outro fica quietinho? No dia seguinte, invertem os papéis. Os EUA vão ir este tempo se comportando mal, e é uma fantástica oportunidade para países como México e Brasil esbanjarem maturidade. São capazes de selecionar o que de melhor os Estados unidos têm pra se inspirar, sem seguir tudo. Vão ter de se comportar mais e destinar-se atrás de resultados.