Você Ainda Paga Provedor?

Cada portão pra evitar o acesso do povo à Granja Comary é mais complicado de ir do que o outro. Na entrada principal, são 5 barreiras. Seis, se descrever a da imprensa, que fica na lateral, e só permite observar ao treino. Somente uma minoria muito persistente vence a primeira. Ou amigos de moradores do condomínio de classe média alta. O pedreiro Antonio dos Santos Junior, 26, pertence à minoria muito persistente. Ele levou 10 dias para conseguir ir pelas duas primeiras barreiras. Conseguiu devido a uma moradora penalizada, que não suportava mais vê-lo ali, com um chapéu de pontas verde-amarelo pela cabeça. Colocou-o dentro do carro.

Dali em diante, Antonio estava por sua própria conta. E os porteiros mais avançados são implacáveis. ler em , esse vestido de anjo, tentaram desesperadamente atravessar pelos seguranças que guardam a terceira barreira. Nada. Tiveram de retroceder. Voltar duas barreiras atrás é mais que tragédia, é o limbo. Não é acessível ser porteiro pela Granja Comary.

Às vezes, eles parecem à beira de um ataque de nervos. Numa tarde, um deles teve de resistir com o bufão e assim como com o anjo, que era grande e bastante truculento, apesar de ter estampado a palavra "paz" no peito. Agora seria bastante ser xingado por um anjo e por um bufão, contudo apareceu uma terceira personagem: a velhinha. sites /p>

Não se poderá subestimar as velhinhas. Ela estava vestida de velhinha. Bem arrumada, doce e sensível, como só uma velhinha consciente de seu respectivo poder é qualificado de ser. Era a mãe de um jornalista. Ele entrou, ela ficou do lado de fora. E fazia frio. E garoava. E a pobre velhinha enregelando no portão da imprensa.

A todos pedia: "Liguem para o meu filho", com uma voz de velhinha de desenho animado. Condoídas, as pessoas ligavam. O filho prometia vir resgatar a mãe, todavia não aparecia. Enquanto isso, xingavam o porteiro: "Malvado! clique em meio a próxima página de internet a velhinha, vai morrer de frio". E a velhinha tiritando. Hamilton de Holanda, virtuose do bandolim, estava no condomínio com a família, visitando uma amiga. clique em seguinte site da internet -se com a velhinha. Colocou-a dentro do automóvel, para que não pegasse uma pneumonia. Ligava pro filho. visite a seguinte página de internet /p>

O filho prometia resgatar a mãe. A certa altura, prontamente não se sabia se o filho existia. O anjo foi bem que, fazendo ameaças terríveis. O bufão se aproximou. Queria saber se Hamilton era famoso. Disseram que era. Ele então pediu uma imagem. A velhinha só foi resgatada à noite. Escoltada por Hamilton, de braço dado com ele, de volta ao primeiro portão. O dia-a-dia entre os portões da entrada principal da Granja Comary é desta maneira: oscila entre o surreal e o espetaculoso. Quem assiste às reportagens de Tv poderá se perguntar: no entanto por que os torcedores vão até a entrada da Granja se sabem que não conseguem entrar?

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Por que ficam na chuva, no gelado, na neblina? Pode-se até perguntar de onde vem o carinho na seleção. É preciso acompanhar as câmeras. São elas os oráculos com a resposta. Ouvem-se urros, gritos. Um desavisado podes reflexionar que é o ônibus da seleção chegando. Nada. É uma câmera de Televisão que foi ligada. Desliga a câmera, o mundo todo se página seguinte . Torcedores esperam o ônibus da seleção a cada volta dos jogos, contudo talvez esperem com parecido ou superior intensidade a próxima câmera.

Os tempos são de torcida encenada. As pessoas estão ali pra atuar no espetáculo. E atuam. Viram jornalismo, o que confere ao espetáculo o status de realidade. Relacionada Página Inicial -se pela Tv, é preciso se diferenciar. E está cada vez mais complexo se diferenciar pela entrada da Granja Comary. No início, carregar um boneco de meio metro do Hulk era suficiente. Nesta ocasião, neste momento não é.

O que os torcedores podem fazer pra conquistar a atenção das câmeras está atingindo picos preocupantes. Por sugestão da mãe, a estudante Ana Caroline Côrtes, 13, empunhou um cartaz: "Hulk, deixa eu apertar a tua bunda". Difícil, penoso. Ana Caroline foi filmada por quase todas as TVs. No momento em que o ônibus passou, sem que Hulk a notasse, chorou para o público que a assistia, coroando a performance. No dia seguinte, mostrou por telefone, eufórica: "Estou famosa!".

A bunda do Hulk e o cabelo do David Luiz são os fetiches esgrimidos pela torcida feminina nessa disputa por espaço. Numa manhã, Ana Luiza Fernandes equilibrava uma peruca do David Luiz pela cabeça. Com só 8 anos, acompanhada pela mãe, a moça neste momento sabia muito bem o que queria ali. Estava escrito no papel: "Globo, me contrata para ser atriz".