Capítulos De 'A Terra Prometida', De vinte e quatro A 28 De Outubro |
Os médicos do meu pai descobriram tarde além da conta, em 2011, que não tinham percebido que seu câncer de cólon estava se espalhando, apesar das cirurgias e da químio. Quando conseguiram descobrir outros a quem culpar pelo episódio de a metástase ter passado batido, ele imediatamente estava falecido. Porém não foi o câncer que o matou.
Um coágulo sanguíneo, partindo de sua perna esquerda ou direita, passou com facilidade Conseguindo Tudo Que Se Quer De Um Homem tuas veias, atingiu seu pulmão e fez seu coração parar antes de minha mãe conquistar estacionar o veículo para visitá-lo pela segunda vez naquele fim de semana. Recebi a notícia de sua morte pela minha irmã, um telefonema ligeiro no decorrer do qual o único jeito que ela achou para não desmoronar foi recorrer ao jargão de médicos, "Papai não resistiu". As frases me deixaram abalado, apesar de ela ter repetido duas vezes, e foi apenas quando ouvi minha mãe gritar no quarto dele que eu soube. O problema é que esta não é uma história sobre o assunto meu pai.
A todo o momento escrevo a respeito ele, no entanto nunca sobre minha mãe. Mesmo antes de meus amigos e eu chegarmos ao tempo dos enterros, meu pai prontamente ocupava um espaço entusiasmado pela minha existência -estava ali, porém nem sempre presente no tempo em que eu crescia. Presente, mas nem sempre ali quando adoecia. Estava sempre disposto a dizer de Shakespeare, Coleridge ou Khalil Gibran, todavia só uma vez ele me perguntou se eu tinha namorada. Entre nós sempre houve distância e estática; o único filho que conseguia apresentar de poesia com ele era o filho que ele não conseguia compreender.
Tudo isto resulta em 2 parágrafos de prosa em que o feito de tentar mapear um homem se torna a finalidade da prosa em si. É como se aquele vago do tamanho de um homem que os pais deixam fosse perfeito para lustrar a poesia, todavia eu não pudesse discursar nada de minha mãe a todo o momento presente.
Era ela quem estava a todo o momento ali, entretanto sobre ela é sempre mais difícil escrever. É fácil tecer uma ficção inteligente sobre meu pai. Não é tão simples adicionar palavras para pronunciar-se de minha mãe, aquela que fazia os curativos e comprava os livros da escola, entretanto assim como que muitas vezes estava por perto ao longo dos longos períodos de tédio das férias. Mesmo num nível puramente linguístico, "o homem que não estava ali" tem bem mais apelo do que "a mulher que a todo o momento estava presente".
Talvez seja porque escritores e leitores valorizam muito a ideia do anseio. No entanto lá vai o meu pai mais uma vez, sequestrando uma história a respeito minha mãe. Coisas das quais eu me lembro. A primeira vez que vi minha mãe chorar foi em 1978, quando chegou da Inglaterra a notícia de que minha cunhada tinha morrido. Eu tinha oito anos de idade, e adultos não choravam. Adultos nunca eram fracos.
Adultos tinham resposta pra tudo. Adultos me davam uma surra e ao mesmo tempo me convenciam de que isso estava doendo bem mais neles que em mim. Ou dessa maneira: se gente enorme chorava, era porque estava sentindo angústia física. Entretanto aquilo era distinto. Ela estava chorando por uma coisa que não dava pra ver de perto, ouvir ou tocar.
Estava soluçando até. E aí parou, e em uma hora foi como se nada tivesse acontecido. Ela fez a mesma coisa quando meu pai morreu, minha irmã me mostrou. O Como Conquistar Um Homem Pelo Whatsapp ouvi pelo telefone, aquele som enorme, grande e sem ar, como um engasgo, um grito e um choro tudo ao mesmo tempo.
Pela volta pra residência, a minha irmã dirigiu, e ela ficou sentada em silêncio. Mais de uma vez minha mãe perdeu a compostura. E tem mais: minha mãe é mentirosa. Uma vasto mentirosa, minuciosa, dotada de um muito bom poder de convencimento. Talvez este seja o lado mais engraçado dela. Minha mãe acha que foi o hospital que matou meu pai.
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