Uma Entrevista Com Bruno Torturra, Da Mídia Ninja

Nota: Esse texto foi editado em 19/04/2018 pra acrescentar, pela íntegra, manifestações da Abrig e de instituições da comunidade civil a respeito do cenário, encaminhadas ao Legis-Rápido depois da publicação do texto original. O Lobbying no Brasil é a todo o momento tratado de modo pejorativa na imprensa, representando, no senso comum, uma atividade ilícita de troca de favores e vantagens por políticas públicas favoráveis a grupos de interesses e organizações. Se bem que tenha passado por quatro diferentes relatores pela CCJC, só mais recentemente o projeto obteve interessante impulso na sua tramitação. Pesou, pra isto, o papel da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), que bem como recentemente obteve sucesso no reconhecimento da atividade de relações governamentais como ocupação, pelo Ministério do Trabalho. Não deveria ser surpresa que o lobby da Abrig e outras instituições congêneres seja efetivo.

Episódio é que a assimetria na promoção da atividade não é abordada pela versão mais recente do assunto. Mesmo que seja regular o movimento da classe, é plenamente possível que a proposta, se levada a cabo, só crie mais uma reserva de mercado e aumente as barreiras à tão necessária participação política pra além das eleições.

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Desenvolvida em 2007, a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) garantiu uma extenso vitória em fevereiro passado com o primeiro reconhecimento oficial de nossa atividade pelo Ministério do Trabalho. Nós, da Abrig, não temos dúvidas que essa também poderá ser a decorrência imediata da aguardada aprovação do projeto de lei 1207/2007, que regulamenta o mercado de RIG, até bem insuficiente tempo reconhecido simplesmente como lobby.

Fizemos charada, sim, de acompanhar e participar desse debate no Congresso, cuja a tramitação teve início no mesmo ano em que a Abrig foi montada. O credenciamento prévio de profissionais de RIG podes sim simplificar a entrada desse em qualquer órgão público, como essa de imediatamente garante hoje o acesso mais rápido da imprensa, por exemplo, a esses mesmos locais.

E isto nunca foi questionado ou visto como um impedimento pra que jornalistas não credenciados pudessem trabalhar. Propiciar este credenciamento prévio dos profissionais de RIG não quer dizer que representantes não credenciados estejam alijados de exercer teu trabalho. Há de se diferenciar, contudo, que o credenciamento fornece mais transparência aos interesses e objetivos de cada profissional perante a autoridade pública, pela medida em que ele antecipa quem é, para qual empresa trabalha e indica quais focos acompanha.

Além, é claro, de reduzir a burocracia para aqueles que frequentam mais assiduamente instituições públicas. Ao participar dos debates sobre a regulamentação de nossa atividade, a Abrig a todo o momento se colocou à aplicação para clarificar dúvidas sobre o mercado no qual atuamos e trabalhou pra que o Brasil pudesse ser uma legislação referência mundial.

Para qualificar ainda mais esse mercado em expansão, estamos investindo na capacitação de nossos profissionais. Em 2017, a Abrig lançou seu curso de extensão e disponibilizará outros esse ano em Brasília, São Paulo e Goiânia, e também um módulo internacional no Chile. Aquele profissional escolhido por ser colega de fulano está em desuso.