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Rendeu mais que o esperado a discussão da semana passada, pela qual arrolei frases e expressões de exercício exclusivo, ou quase, pela residência onde me desenvolvi. Não menos escorubiúdo, e igualmente não dicionarizado, é um substantivo de que o avô materno do primo Ruy se valia para solicitar que se estancasse uma corrente de vento: “Fecha essa sucarra!
”. Em Porto Animado, minha tia-avó Gilda dava significado específico à frase “lira” para adjetivar pessoa ou utensílio de mau amo: “Fulana é muito lira”, tange o primo Alvaro à guisa de exemplificação. Pela minha família, como em tantas novas, havia expressões portadoras de interessantes deformações. Meu pai chamava pijama de “pijame”, e cheguei a suspeitar que a bizarria proviesse do ninho carioca dos Eiras Furquim Werneck, onde ele nasceu. No clã paulista dos Sardenberg, a que pertence meu camarada Izalco, a herança da avó paterna incluiu termo criado na dona Leomênia para eleger gente grosseira, sem classe, mal-educada: “retubefá”.
Mais recentemente, a família incorporou outra expressiva esquisitice, o “escapanu”, aplicável, com alguma coisa próximo do desinteresse, a um fulano qualquer: “Quem é este escapanu? ”, Depois de Ir Em Concurso, Ex-morador De Rodovia Quer Ceder Palestras . Poeta que poucos já puderam ler, o Izalco se encantou mais com a palavra do que com o sentido, e se pergunta se no “u” fim não haveria um laivo de idioma romeno.
De Mariana, Minas Gerais, o Danilo Gomes levou pra Brasília o termo “reculuta” - corruptela, explica, de “recruta”, jovem soldado cujo apetite vertiginoso inspirou o codinome de todo aquele, militar ou não, que dê conta de um pratão de comida. É também de Mariana, informa o Danilo, certa forma - piedosa ou maligna? ”. Site Do Concurseiro Solitário: GUIA Pra CONCURSEIROS Principiantes da expressão? Um Dois Anos Mais Tarde Em 2018 , famoso na cidade na mania de trancafiar-se.
Quanto ao carioca Antonio Carlos, que desfrutou de infância em Cachoeiro de Itapemirim, trouxe de lá o verbo “esburrar”, sacado, pela maioria das vezes, pra expressar do leite fervente que transborda no fogão. O transbordante saber de Antonio Carlos, de que este cronista vem sendo beneficiário, é prova de que “esburrar” admite significado figurado. Dona de linguagem criativa, talento que teria feito dela uma escritora, minha mãe entortava frases sem superior solenidade. Entendo o trabalho que daria a um corretor ortográfico.
Em sua prosa, que infelizmente não baixou ao papel, “rebordosa” era “rebordose”, e o substantivo “tendepá” - disputa, rixa, desordem - ganhava involuntário acento afrancesado como “tandepá”. Era mestra, a dona Wanda, pela construção de frases. Escola Virtual IBGE , também, a injetar sentido novo em vocábulos neste instante dicionarizados. “Embondo”, que no Houaiss é “aquilo que dificulta, que embaraça”, ou “estorvo, impedimento”, virava sinônimo de conversa mole pra enrolar o próximo.
Embondar era o que fazia eu, pela tentativa de esclarecer meus recorrentes malfeitos, escolares ou não. Coisa vagabunda, de má particularidade, ganhava de minha mãe o rótulo “ribimba”. Nada a ver de perto - fui certificar - com o verbo “rebimbar”, como faz um sino em momento de excitação. Na família da mamãe, mineira a mais não poder, usava-se linguagem tão elíptica quanto enviesada, o que impunha ao interlocutor o trabalho de ler bem como - ou principlamente - os silêncios.
Entre os Avelar Azeredo Coutinho da antiga formação, não se dizia que alguém estava bêbado ou de porre, e sim “na losna” - a despeito de, desconfio, nem sequer todos soubessem que a palavra designa poderosa beberagem alcoólica, o absinto. Tampouco se dizia que alguém era homossexual. Naquela fortaleza da discrição e da virtude cristã, não convinha oferecer nome aos bois - e menos ainda aos mamíferos ruminantes da família dos cervídeos providos de cornos ramificados.
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