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O direito de se vestir como idiota é um começo fundamental dos festivais, no entanto no festival de música eletrônica Bass Coast que ocorreu em Colúmbia Britânica (Canadá) em agosto, um tipo específico de idiota não será bem-vindo. Pela semana passada os organizadores anunciaram que os cocares de penas dos índios americanos, bem como populares como cocares de guerra, não serão permitidos no ambiente. A cobertura dada ao anúncio do festival foi tão reveladora quanto a própria decisão. No verão passado outro festival canadense, o Tall Trees, tomou capacidade igual, todavia o fato não virou notícia internacional.

A restrição no Bass Coast se deu em um estágio de virada. A reação contra os cocares é um modelo clássico de ativismo on-line. Não está sendo encabeçada por uma campanha oficial, grupo de pressão ou celebridade, no entanto mais e mais vozes individuais reiteram uma reivindicação descomplicado: parem de utilizar cocares como acessórios de moda.

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Ehren Thomas, bem como chamado de Bear Witness, citando do trio de música dance A Tribe Called Red, de Ottawa. Os cocares, várias vezes acompanhados de pinturas de briga com tinta fluorescente, têm sido vistos por este verão em festivais desde Coachella até Latitude. Leia 3 Entrevistas Com Umberto Eco Neste instante Publicadas Na Folha ideia das tribos sempre teve destaque nos festivais —basta meditar na estética neo-pagã do Burning Man, do episódio das festas livres do começo dos anos 1990 e dos enclaves hippies hardcore de Glastonbury.

Mas Ídolo Do Eletrônico, Moby Não Sai De Casa o cocar como modismo são poderosos. Pra começar, o modismo ignora as diferenças entre povos indígenas. Em segundo espaço, é um desrespeito ao sentido sagrado do cocar. Entre as tribos das planícies, o cocar é usado somente pelo chefe, a toda a hora um homem, e somente em ocasiões cerimoniais especiais.

Adrienne Keene, da nação Cherokee, que tem um website chamado Native Appropriations. Enfim, distante de ser uma dúvida trivial, o modismo leva os povos indígenas a relembrar todos os crimes e indignidades mais sérios aos quais foram sujeitos nos últimos 500 anos. Não é a primeira vez que a iconografia indígena americana é apropriada por outros. Alguns sem dúvida se ofenderam no início dos anos 1990, quando Corinne Day fotografou Kate Moss, portanto com quinze anos, de cocar, e Jay Kay, do Jamiroquai, usou cocar sobre o palco. A diferença já é que a tendência passou de filmes pop e passarelas pro público de festivais e que está acontecendo sob o ver das mídias sociais.

A tendência atual começou há 8 anos. Coachella e uma vitrine numa filial da Juicy Couture— levou Keene a publicar teu artigo muito citado "Por que não poderei usar um cocar de hipster?". A novidade assim como converteu A Tribe Called Red de uma banda que tocava em festas em um grupo mais politizado.

A oposição à moda do cocar já provocou muitas saias justas. O país Navajo está movendo uma ação contra Como Tomar Um Aquariano? por sua linha de roupas e acessórios de inspiração navajo de 2011, que inclui garrafas pra bebida alcóolica e a "calcinha hipster navajo". Ela alega que a organização infringiu a marca registrada do nome navajo, pertencente à nação, e uma lei federal que torna ilegal recomendar falsamente que um item tenha sido produzido por índios americanos.

A Forever vinte e um mudou o nome de tua própria linha a princípio batizada de Navajo e lançada no mesmo ano. Em 2012 a padrão Karlie Kloss pediu desculpas por ter usado cocar num desfile da Victoria's Secret. A grife fez o mesmo, e o No Doubt tirou do ar seu vídeo de "Looking Hot". Era uma miscelânea confusa de estereótipos de indígenas americanos que a banda comentou ter sido construída após consultas com "especialistas em estudos indígenas da Escola da Califórnia" —não, como parecia, com o fantasma de John Wayne. Um tópico que se repete nos pedidos de desculpas feitos por celebridades é que as intenções da pessoa eram boas e que as reações de ultraje a pegaram de surpresa.

As Cinquenta Coisas Que Fazem Um Homem Almejar Casar Com você menosprezar os indígenas americanos, contudo o acontecimento de que não se levou em conta, de maneira alguma, as implicações de usar um cocar cerimonial como acessório bonitinho. Dessa maneira Keene passou a questionar a comparação que traçou em seu post de 2010 entre "brincar de índio" e usar maquiagem negra pra retratar um protagonista negro. 50 anos atrás os índios eram habitualmente demonizados na cultura popular.

Keene fica consternada com as reações negativas que tem recebido em seu trabalho de ativista. Durante o tempo que figuras de grande perfil tendem a pedir desculpas, visando frear a publicidade negativa, o público comum de festivais e os torcedores esportivos algumas vezes resistem. Dessa maneira, no tempo em que as vozes de protesto ganham potência, a tendência de acentua.