Relação De Capítulos De Conta-me Como Foi

O programa “Saia Justa”, do GNT, chamou a empresária Paula Lavigne, presidente (!) do grupo “Procure Saber” e ex-mulher de Caetano Veloso, para expor a respeito da polêmica das biografias. Quem ver ao programa irá ver que esta senhora não entende o que fala. A tua ignorância só não supera a tua arrogância e a sua truculência.

O debate prosseguia. Paula tentava desesperadamente arrumar um argumento. Dizia que ela e seu grupo estavam injustamente sendo acusados de censores, sem atingir esclarecer, no entanto, por que aquilo que defendem não é, no final das contas, censura. Pouco se lhe apresenta que a tal lei impossibilite, como tem impedido, de se contar parcela da história do Brasil e que inexista restrição parecida em qualquer democracia do universo.

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• 19 de Julho de 2011 N/A 213
• 07/10/2013 - 12:Vince e seis Enviado por: maria da Cruz Se for namoro muito bom ela merece ser feliz
• 27 1 "Charlie Faz 2 Anos!"

O Brasil atrasado poderá lhes parecer um excelente território no momento em que se trata de defender o que consideram seus próprios interesses. A jornalista Barbara Gancia é uma das integrantes do “Saia Justa”. Fez o que as pessoas razoáveis fazem nas democracias. Teste Seus Conhecimentos Para a 1ª Fase Da OAB , alegou os dispositivos constitucionais e lembrou que existem leis pra punir abusos.

Sem saída, Paula Lavigne apelou. — Barbara, você é gay assumida, né? — Qual é o nome da tua namorada? — Ela não vai se sentir bem observando eu perguntar isto, é disso que estou explicando, você não está entendendo pela teoria e sem demora viu na prática como não é bom ter a privacidade invadida!

Paula Lavigne é vulgar e preconceituosa. E o é, como diz uma das minhas filhas, num “nível novo”, Como Fazer Do Seu Homem Um Autêntico Dono De Casa a uma observação mais ligeira. Vamos lá. Sem demora cota da minha biografia: Barbara é minha amiga há vinte e um anos. Nunca escondeu o que não tinha de ser escondido. Nesses anos, jamais vi alguém, por mais que a detestasse ou que estivesse furioso com suas avaliações, recorrer à sua sexualidade para tentar vencer o debate, como se fosse um pretexto eficiente. Querem a evidência incontornável de que se tratou de preconceito? É fácil: se Barbara fosse heterossexual, o diálogo seria irreal, não é? — Barbara, você é heterossexual assumida, né?

— Qual é o nome do seu namorado? — ElE não vai se perceber bem investigando eu perguntar isto, é disso que estou comentando, você não está entendendo na teoria e de imediato viu pela prática como não é bom ter a privacidade invadida! Digamos, só para efeitos de pensamento, que a homossexualidade de Barbara fosse um segredo guardado a sete chaves, assim como o nome da sua namorada. Ora, quem é que estava a pronunciar-se no programa como a guardiã do “direito à intimidade”?

Sei. Paula só estava tentando ser didática e sagaz. 30 anos depois, essa gente assimilou muito insuficiente. Em 1983, furioso com uma crítica que Paulo Francis lhe fez, Caetano, ex-marido de Paula Lavigne e um dos entusiastas da censura, chamou o jornalista de “bicha amarga” e “boneca travada”. Nos recentes embates que tive com ele, lembrei a baixaria. Caetano tentou se explicar, e a emenda saiu bem pior do que o soneto.

Segundo falou, a fração negativa da caracterização era “travada”, não “bicha”. Paula Lavigne descobre que Barbara Gancia não poderia jamais ter aquela avaliação sendo gay. E Caetano acha que uma bicha só é digna se for “destravada”. Poderia ser dito de outro jeito: “Já que é bicha, que seja destravada”. Não sei se ele tem exigências bem como voltadas aos heterossexuais.

O mesmo Caetano, melancólico com um texto de Mônica Bergamo, colunista da Folha, sobre autorização para Maria Bethania atrair patrocínio na Lei Rouanet, resolveu especular sobre a existência privada da jornalista, acusando-a de “parceira extracurricular” de um amigo. Escrevi a respeito do despropósito. A Lei Rouanet é um aparelho público de fomento à cultura. Saber quem tem e quem não tem acesso à vantagem é de interesse do conjunto dos brasileiros.