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“Ou você come, ou vamos te internar”. Foi com este ultimato que uma hematologista explicou a mim e aos meus pais a gravidade do meu quadro de saúde. Meus glóbulos brancos - responsáveis pelo sistema imunológico - estavam em um grau muito inferior ao considerado normal, em meu sangue. “As oportunidadess de você ter leucemia são enormes”, concluiu a médica. Aquela descomplicado frase foi como um tapa na cara, que levou minha mãe às lágrimas. Lágrimas de angústia e impotência, durante o tempo que eu abaixava a cabeça reprimindo a mim mesma. Isso foi em janeiro de 2013. Após um ano de dieta restrita e horas diárias de academia, perdi trinta e três kg.

Com eles, não foram a despeito de somente meus glóbulos brancos, porém meu cabelo, minhas unhas e minha potência. Por pouco, não foi também a minha existência. Com 41 kg, medindo 1,cinquenta e cinco m, a anemia prontamente estava aguda, os amigos perguntavam, a família criticava. “Você está magra além da conta, está feio”. No entanto toda vez que eu me olhava no espelho, chorava, porque mesmo que calças infantis número trinta e quatro ficassem enormes na minha micro-cintura, eu continuava lendo minha imagem distorcida no espelho.

Eu via a mim mesma gorda. Gorda. Expressão que me contou desde meus 8 anos de idade. A todo o momento fui uma guria acima do peso, até já na minha pouca altura. Sempre adorei de ingerir, e é natural que crianças gostem de chocolate, bolo, salgadinhos e outras guloseimas do tipo. Como Conquistar Um Homem Pela Web Em 6 Informações Ótimas , eu tive que substituir a batata chips por uma maçã, ou uma barrinha de cereal; lanche com pão integral e queijo branco. Entretanto eu não queria, eu só tinha oito anos.

A todo o momento que voltava no pediatra, havia engordado. “Mas ela não está cumprindo a dieta? ”. Meus pais não sabiam responder. Eu escondia deles tudo que comia quando tinha oportunidade. Os anos foram passando, e a situação só se agravava: o peso aumentava, e ninguém entendia o motivo. Exames de tireoide, “talvez ela tenha um defeito hormonal”. No entanto não, eu não tinha.

Eu só gostava de ingerir. Paixonite de criancinha, meus olhos brilhavam quando o filho do síndico do prédio onde eu morava aparecia. No entanto ele nunca me deu bola, da mesma forma nenhum outro pirralho na instituição um dia olhou para mim. Como Ocupar Um Leonino (Homem De Leão) assim até meus 16 anos - em que com os mesmos 1,55 m, eu pesava 77 kg.

Gostava de um mocinho, ou de outro, todavia nunca houve reciprocidade. Me tornei a amiga dos guris da universidade, a amiga das garotas, porém nunca a requisitada nas baladinhas. “Você nunca vai arrumar um namorado, gorda desse jeito”, diziam os mais velhos, que só retratavam a minha realidade. Loira Rabuda à Pesquisa De Alguém Pra Comer Teu Cuzinho Apertado eu mais odiava.

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As calças nunca serviam. E de raiva, preocupação e angústia, eu comia 3 ou 4 sanduíches de presunto e queijo. Acreditava que eles eram os únicos que me aceitavam como eu era. Todavia, apesar desses momentos, eu era uma jovem sonhadora. Era sorridente, contagiava as pessoas ao meu redor. Escondia toda essa insegurança e tentava mascará-la convivendo normalmente com todas as minhas amigas magras. Sempre fui apaixonada, mesmo que nunca tenha sido recíproco. Em 2011, finalmente descobri uma paixonite que me correspondia. O garoto era gaúcho, falava francês, gostava de rock clássico e literatura. Trocávamos mensagens o tempo todo.

Só que a única vez em que senti algo recíproco por alguém chegou ao fim mais rápido do que eu previa. De uma hora pra outra, o bebê sumiu, sem deixar rastros. Foi nesse momento, em novembro de 2011, que decidi perder calorias - ingênua, acreditava que ele só havia ido embora sem ceder explicações visto que eu era gorda.