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RESUMO Nick Sousanis foi o primeiro aluno da Faculdade Columbia a concluir tese de doutorado em modelo de quadrinhos. A obra, premiada, chega ao Brasil com o título 'Desaplanar'. Ele analisa o processo de aprendizagem, questiona a primazia da expressão escrita pela linguagem e defende a simbiose texto-imagem. Nick Sousanis tinha treze anos quando montou o super-herói Homem-Armário, dotado do poder de, ao atravessar por uma porta, sair em cada tempo ou lugar. A princípio, o dom só funcionava em armários; talvez não pareça vasto coisa, mas era conveniente para um pré-adolescente vivendo a rotina dos corredores de uma universidade americana.

Mais tarde, a perícia do paladino se criou, e logo ele passou a usá-la em cada porta. Hoje com 44 anos, Sousanis é um quadrinista e pesquisador laureado. Em 2014, tornou-se o primeiro pós-graduando a apresentar à prestigiosa Escola Columbia uma tese de doutorado em formato de história em quadrinhos. Atuando pela área da educação, deu a seu estudo heterodoxo um título insuficiente tradicional: "Unflattening: A Visual-Verbal Inquiry into Learning in Many Dimensions" (unflattening: uma investigação verbo-visual a respeito do aprendizado em imensas dimensões).

No ano seguinte, sua tese foi publicada na editora da Faculdade Harvard e ganhou, na ordem de humanas, o prêmio mais convencional para pesquisas e trabalhos acadêmicos nos Estados unidos (o American Publishers Awards for Professional and Scholarly Excellence). Nunca uma HQ havia recebido essa discernimento, e ainda nenhuma voltou a merecê-la.

], com lançamento previsto pra esse mês. Assim como este não se encontra "unflattening" nos dicionários da língua inglesa, "desaplanar" é um neologismo em português. De acordo com o autor, seja como for traduzido o título original, ele deve resguardar o sentido de algo ligeiro e em movimento, inacabado e inacabável. Sousanis em entrevista à Folha, por e-mail. Confira Dez Sugestões Para Destinar-se Bem Nas Provas Do Enem 2018 da pré-adolescência não foram em irão.

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Em "Desaplanar", ao tratar da simbiose entre texto e imagem como modo melhor para o aprendizado, Sousanis retorna ao Homem-Armário e aprofunda a discussão sobre a habilidade de transpor portas. Numa sequência de desenhos ligados ao super-herói, escreve: "É isso por aqui, o espaço intermediário que conecta 2 lugares de forma não habitual. Isto que é a imaginação. Uma ruptura pela trama da experiência, uma dobra no espaço". O autor logo depois explica que o paladino surgiu de seu fascínio por chaves e fechaduras e pelas histórias que seu irmão contava a respeito do que havia no guarda-louça e no sótão, cuja porta se mantinha sempre fechada.

Destacando que países das maravilhas costumam ser acessados por portais comuns, como buracos de coelhos e espelhos, conclui: "Seja qual for o meio de transporte -a imaginação fornece outro ponto de visibilidade a partir do qual dar início nova jornada". A formação profissional do hoje quadrinista e professor do Departamento de Humanidades e Estudos Liberais da Universidade Estadual de San Francisco é, como este "Desaplanar", heterodoxa e fortemente marcada por uma diversidade de pontos de vista. Graduou-se em matemática na Coaching Estratégia Concursos é ótimo? , todavia dedicou os anos seguintes ao tênis, primeiro como atleta profissional, depois como instrutor.

Mestrados Profissionais Em Universidades Públicas Do Brasil , em 2008 ele se mudou pra Nova York neste momento em pesquisa de seu doutorado em educação no Programa de Estudos Interdisciplinares da Faculdade Columbia. Sua proposta, contudo, soou mais radical do que ele imaginava. Ao contrário do que presumira, o debate sobre a presença de HQs na academia não estava superado.

Estimulado por alguns professores -interessados em métodos de ensino não convencionais e em novos sistemas de avaliação-, Sousanis seguiu em frente. Tua tarefa passou a ser não só propagar os quadrinhos como um modelo lícito pro discurso acadêmico entretanto assim como atacar o predomínio da escrita e sugerir outras probabilidades, num verdadeiro exercício de metalinguagem.

As conquistas de "Desaplanar" como tese de doutorado não impediram a obra de obter sucesso fora dos muros da academia. De novo, foi um serviço heterodoxo. Sousanis não dispunha de um roteiro predefinido, por exemplo. Sousanis enxerga o procedimento como um círculo, sem um ponto de partida, e seu efeito, como uma domínio emergente (informação que denota aquilo que surge através da interação entre diversos componentes, sem estar presente em nenhum tomado individualmente). A falta de um personagem fixo e de uma história permeando "Desaplanar" levou Sousanis a meditar cada uma das páginas de modo quase autônoma.

Movido pela fé nos rumos próprios do projeto, retornou aos livros periodicamente para pesquisar qualquer coisa novo através do desafio de tuas ilustrações. Mesmo que a obra desperte interesse entre não iniciados no universo acadêmico, o livro é basicamente uma tese de doutorado e, por isso, vem cheio de citações literárias e filosóficas.