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José Roberto Arruda, candidato a governador do Distrito Federal pelo PR, participou do Poder e Política programa da Folha e do "UOL" conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues. A gravação aconteceu em 4.jul.2014 no estúdio do Grupo Folha em Brasília. ]: José Roberto Arruda tem sessenta anos. Nascido em Itajubá, Minas Gerais, é engenheiro elétrico formado pela Universidade Federal de Engenharia daquela cidade. Arruda começou sua carreira no serviço público em 1979, como diretor da Companhia Urbanizadora do Distrito Federal, a Novacap. Em 1985, se tornou diretor da Companhia Energética de Brasília, a CEB. Trabalhou na estatal nas gestões dos governadores biônicos José Aparecido de Oliveira e Joaquim Roriz. Em 1990, Roriz ganhou a primeira eleição direta pra governador do Distrito Federal e chamou Arruda pra ser seu chefe de gabinete e, depois, secretário de Obras.

Arruda elege-se Senador em 1994, pelo PP. Em 1995, rompeu com Roriz. Arruda protagonizou dois grandes escândalos. Recuperou-se. Elegeu-se deputado federal e depois governador de Brasília. Entre as provas, apareceu até um vídeo no qual Arruda recebia dinheiro em espécie. Em fevereiro de 2010, Arruda foi o primeiro governador confinado no exercício do mandato. No mês seguinte, a Justiça Eleitoral cassou teu mandato por infidelidade partidária.

Em abril, foi liberado da cadeia. Imediatamente em 2014, membro ao PR, Partido da República, José Roberto Arruda é candidato a governador do Distrito Federal. Folha/UOL: Olá. Bem-vindo a mais um Poder e Política - Entrevista. Esse programa é uma promoção do jornal Folha de S.Paulo e do portal UOL.

A gravação é realizada no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O entrevistado dessa edição do Poder e Política é o ex-governador do Distrito Federal, Brasília, José Roberto Arruda. Folha/UOL: Oi, como vai, tudo bem? José Roberto Arruda: Tudo bem, Fernando. Por que o sr. quer ser novamente governador de Brasília?

O sr. diz que foi um golpe, contudo havia elementos concretos, evidências de qualquer comprometimento seu no escândalo que ficou denominado como Operação Caixa de Pandora, como é que o sr. responde a isto? Por que foi um golpe? É muito simples. Pra você fazer um escândalo midiático basta você segurar fitas gravadas maldosamente, quem grava conversa com uma pessoa sorrateiramente de imediato o faz prevendo alguma chantagem, algum tipo de coisa escusa. Por ti fazer um golpe midiático basta você editar essas fitas, mexer nas datas e como visualmente elas são fortes eles tiveram êxito. O sr. comentou visualmente.

Efetivamente, há um dos filmes, dessa época, em que o sr. aparece recebendo dinheiro em espécie. Não é suficientemente forte pra afirmar o teu envolvimento e sua culpa no episódio? Vamos imaginar que por aqui de imediato eu lhe entregasse um dinheiro. Você recebe e grava. Posteriormente você diz "não, Arruda, eu não quero esse dinheiro" e me devolve. Essa porção da fita foi cortada. Quem diz isto não sou, é o laudo da Polícia Federal que consta dos autos.

Contudo o sr. não devolveu aquele dinheiro. Tem a gravação em vídeo do sr. devolvendo? Claro que não. Ele cortou. Todavia tem o laudo da Polícia Federal comentando que ele cortou. E nesta hora tem mais. Tem a declaração dele próprio, o delator, em juízo, assumindo que editou maldosamente. Entretanto tem mais. Me permita explicar.

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Tinha os videos bem como de muitos deputados recebendo dinheiro do mesmo tristonho protagonista. Muitos. Vários não mostraram-se, é verdade. Super bem. Estes videos todos foram periciados na Polícia Federal. E o que as perícias da Polícia Federal evidenciam é que todos os filmes de todos os deputados são anteriores ao meu governo. Esse cidadão é o que gravou, Durval Barbosa?

Isto. Isto. A doação que a esposa dele, na data, fez à pré-campanha, às nossas campanhas que fazíamos por todo o Natal, estão registradas no TRE. Este registro no TRE nós levamos muito tempo para adquirir resgatá-lo, contudo hoje ele neste instante faz divisão dos autos jurídicos. Por que eu estou neste local, Fernando? Essencialmente porque durante quatro anos, após toda a tragédia que me tirou do governo, fui preso, humilhado, execrado pela posição pública, eu estou conseguindo provar pela Justiça que tudo aquilo foi uma montagem e foi um golpe. Eu não tenho dúvida, Fernando, que aquele cidadão réu confesso praticou ilícitos com o dinheiro público e que bem como ele, com esse dinheiro ilícito, abasteceu campanhas, isso antes do meu governo.